Por que a comida está tão cara no Brasil? Entenda o cenário atual
Por que a comida está tão cara no Brasil? Acompanhe comigo o raciocínio: você chega no supermercado para comprar as coisas pro churras, e sai de lá completamente chocado, com a carteira vazia, cerveja barata e aquela carne dura igual sola de sapato. Era isso ou não ia sobrar dinheiro pro carvão. Já passou por isso? Vou te explicar exatamente por que isso está acontecendo e qual a perspectiva desse cenário melhorar no futuro.
O aumento da inflação de alimentos
De acordo com André Braz, coordenador de índice de preço da Fundação Getúlio Vargas e um dos maiores especialistas de inflação no Brasil:
“Estamos correndo risco de ter mais um ano, 2025, com inflação de alimentos acima da inflação média, sendo o Brasil um dos maiores produtores de alimentos do mundo.”
Em janeiro de 2025, a inflação geral subiu cerca de 0,11%, o que parece pouco. No entanto, o grupo de alimentos e bebidas subiu 1,06%, quase 10 vezes mais que a inflação geral. Em 2024, a inflação acumulada foi de 4,83%, enquanto o grupo de alimentos subiu 7,69%.
Desde 2020, a inflação total foi de 35% no Brasil, mas os alimentos subiram 55%. Não é impressão sua, a comida realmente está ficando mais cara.
O impacto no bolso do brasileiro
Um levantamento do grupo Genial/Quaest mostrou que 83% das pessoas sentiram o aumento do preço dos alimentos. Alguns exemplos:
- O café ficou 39,6% mais caro no ano passado.
- O óleo de soja subiu em média 29,2%.
- A carne aumentou 2,8%.
- O leite longa vida ficou 18,8% mais caro.
- O abacate subiu absurdos 174% em um ano.
Fica difícil cortar itens essenciais, como café, carne e leite, do orçamento. Famílias com renda de até um salário mínimo gastam quase 100% dos recursos com alimentação.
Fatores que impulsionam a alta dos alimentos
1. Inflação geral
A inflação não impacta só os alimentos. Os produtores enfrentam aumento de custo de energia elétrica, transporte e armazenamento. Esses aumentos acabam sendo repassados para o preço final.
2. Crise climática
As chuvas extremas prejudicaram a safra no sul do país, enquanto as secas afetaram outras regiões. Com menos produção, o preço sobe.
3. Alta do dólar
Em 2024, o dólar valorizou 27,34% em relação ao real. Isso faz com que os produtores prefiram exportar sua produção, onde ganham mais dinheiro. Além disso, produtos importados, como o trigo, chegam ao Brasil mais caros, impactando o preço de pães, massas e biscoitos.
4. Aumento da demanda
Com o desemprego em queda e mais crédito disponível, o consumo aumentou. Mais gente comprando significa mais demanda, o que pressiona os preços para cima.
5. Política externa
O cenário político internacional também gera incertezas. Trocas de governos, como nos Estados Unidos, podem impactar tarifas, boicotes e até guerras, afetando diretamente os preços.
E as carnes?
Em 2023, o preço do boi estava baixo no Brasil. Para equilibrar as contas, os produtores começaram a abater fêmeas, que são as matrizes do rebanho. Com menos fêmeas, nasce menos gado, e a oferta de carne diminui. Esse impacto será sentido até 2026.
O que esperar para o futuro?
A verdade é que, no curto e médio prazo, não há perspectiva de melhora. Segundo o relatório do COPOM, o Brasil deve continuar enfrentando altas inflacionárias nos próximos meses. Para controlar esse cenário, o Banco Central subiu a taxa de juros de 12,25% para 11,25% ao ano, tentando frear o consumo.
No entanto, a solução real exige reformas estruturais, como investimentos em energia barata, transporte eficiente e ações concretas para lidar com a crise climática.
Conclusão
A inflação dos alimentos no Brasil é resultado de diversos fatores combinados: inflação geral, crise climática, alta do dólar, aumento da demanda e instabilidade política internacional. Não existe solução fácil ou rápida. O importante é entender o cenário e se preparar para os próximos desafios.
FAQ – Perguntas Frequentes
Por que a carne está tão cara?
O abate de fêmeas em 2023 reduziu o rebanho, diminuindo a oferta de bois para 2024 e 2025.
O dólar influencia o preço dos alimentos?
Sim. Com o dólar alto, produtores exportam mais e produtos importados chegam mais caros ao Brasil.
Existe solução para a alta dos alimentos?
A solução exige investimentos em energia, transporte e políticas que incentivem a produção interna.
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